sábado, 18 de julho de 2015

Capítulo 1 - Do amor e de outros demônios

Que Gabriel Garcia Marquez me perdoe, mas se eu não amasse tanto seus livros, nem cogitaria usar o título de um deles. E vamos combinar que é uma frase deliciosa de usar e fácil de encaixar. Porque o amor é algo incrível, mas que também consegue nos atormentar.

Eu nem acredito que (apesar da dor de dente) logo o primeiro assunto que vem à minha cabeça é o amor! Talvez seja uma forma de esquecer que tenho dentista nas próximas horas. Algo que odeio do fundo meu coração. Foram anos usando aparelho nos dentes e sofrendo em doses homeopáticas. Nem consigo imaginar alguém que ame ir ao dentista! Mas tem louco pra tudo. Com certeza deve existir alguém que curte isso.

Não sei porque decidi escrever sobre o amor. Talvez porque seja o sentimento que mais une as pessoas, em maior ou menor grau. Talvez por ser o único que todo ser humano já vivenciou. Sim, porque existem várias formas de amor. Amamos nossos familiares, amigos, namorados, animais, plantas, objetos... Sim. Pode parecer estranho, mas amamos objetos, sim. Principalmente nos dias atuais em que um celular consegue ser mais importante que um ser humano.

Amamos nossos pais desde os primeiros segundos de vida. E também somos amados por eles! Dependemos desse amor, desse cuidado para existirmos. Conforme crescemos, descobrimos que existem outras pessoas e que podemos amar alguns um pouco mais. Outros um pouco menos. Descobrimos que existem aqueles que odiamos. Com razão ou sem qualquer motivo que justifique a antipatia imediata.

Descobrimos que nossos amigos são a família que escolhemos. E amamos cada um de um jeito! Alguns parecem conectados com a nossa alma desde o início da vida. Outros não tem o menor significado a princípio, mas acabamos construindo uma relação tão bonita que no fim fica difícil descobrir quando o amor surgiu.

Apesar de sermos capazes de amar a população mundial de diferentes formas, a cada dia que passa nos fechamos mais para as pessoas. Esquecemos que o amor nos torna mais fortes e melhores. Na busca por um  mundo melhor, deixamos de lado quem de fato importa: as pessoas. É impressionante como conseguimos nos conectar com quem está do outro lado do planeta, mas ignoramos quem se senta ao nosso lado.

Não sou contra a tecnologia. Na verdade, amo! Não sei viver sem celular, redes sociais, internet... Mesmo nos dias mais exaustivos de trabalho, abro o celular, olho o que está acontecendo no whatsapp (mesmo que não tenha tempo para escrever nada)... E olha que quando nasci nada disso existia! Hoje é impossível viver sem.

O ser humano tem uma capacidade de adaptação surpreendente, Se conseguimos nos tornar tão egoístas e dependentes da tecnologia, também conseguiremos dar um passo à frente e mudar tudo.

Como assim?

É fácil. Na verdade não é fácil a princípio. Mas a gente consegue. Basta desconectar por 5 minutos e dedicar esse tempo a pessoa que está do seu lado. Conhecido ou desconhecido. Alguém que sentou do seu lado no transporte público ou na faculdade. Um comerciante. O jornaleiro. Alguém que leva o cachorro para passear. É preciso ampliar horizontes e amizades. Incluir na rede social uma pessoa que você acabou de conhecer pessoalmente. Que pode fazer parte da sua vida real e virtual.

E qual seria o próximo passo?

Descobrir que existem pessoas que precisam de ajuda. De todo o tipo. Desde atenção até alimentação. E às vezes custa tão pouco ajudar alguém. Em alguns casos não custa nada. Porque ser gentil, educado, ouvir o que o outro tem para dizer, são formas gratuitas de ajudar. Para aqueles que podem, existem orfanatos, asilos, entre outros lugares, precisando de auxílio financeiro. Sem contar os moradores de rua.

Eu entendo que vivemos um período de egoísmo e egocentrismo exacerbado. Acredito que ainda é possível "amar as pessoas como se não houvesse amanhã". E com o amor vem aquele sentimento gostoso, um misto de satisfação pessoal e felicidade. Tudo fica mais bonito e interessante quando estamos nessa vibe.

Eu encerro com uma das minhas músicas preferidas do Lulu Santos: "Consideramos justa/ Toda forma de amor".



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